sábado, 18 de abril de 2009
Nos Mapas Nos mares
A poesia contrapõe-se a este mundo louco, denunciando-o, cantando suas incongruências, dizendo deboches na beleza da tinta. O mundo é escravidão e nos servimos dele e de suas caravelas sequestradora de almas. Os navios negreiros, nosso mundo...
Caravelas
Os escravagistas ainda cruzam
Mares em seus navios velozes
Caravelas, submarinos, balsas
Feitas por mãos que se entregam
Ao domínio de outros reis em fuga
Os navios negreiros sobreviveram
Aos séculos cruzando os mapas
Teresina, 18/04/08
Eduardo Borges
terça-feira, 7 de abril de 2009
FOLHAS DE CONCRETO
Minha cidade carnaúba
- um verde claro amarelo de vegetação rasteira
Minha cidade Rio
- O Monge Da Costa e Silva
Minha cidade angústia
- Geléia Geral
Minha cidade coluna
- uma avenida divide o norte do sul
Cidade Louca
- Meduna prisão esquecida
Cidade pouca
- faltam saídas para os descaminhos
Minha Teresina, a cidade avizinha
- ainda se escuta o apito da velha usina
28/04/08
Eduardo Borges
segunda-feira, 6 de abril de 2009
|
sábado, 4 de abril de 2009
Directcion Home
Ando por duas cidades. Uma perdida num tempo que esqueci e que volta em imagens fluidas. Outra onde vivo minhas horas. Somos cidades, todos nós. Eu de volta às minhas casas, aqui e lá.
Direction home
Volto à cidade
Onde vivo
Seus dentes para cima
Arvoredos secos e velhos
Carros retorcidos em
Avenidas retas
Norte, Sul, Leste, soldados volvei!
O rio é uma sangria a oeste.
Houvesse um gigante, estes prédios
Seriam incômodos espinhos para os seus pés
Eu seria ainda uma formiga
Não fosse este vento quente
Faltasse este calor
Minha cidade seria estrangeira
E eu não falaria este português arrastado
Eu iria para Pasárgada.
Eduardo Borges
Teresina
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Adiando livro
A publicação do ROTEIRO DO DESJUSTE foi adiada, a quem interessar possa. Claro que escrevo este fato para mim mesmo (sempre escrevo para mim mesmo!), como uma forma de digerir a frustração. Falta grana. Tinha pensado um projeto visual interessante. Agora é esperar para publicar mais um livro que não será lido. Por enquanto vou postando alguns poemas do trabalho aqui:
Cartografia dos medunas
Pego a caneta e rabisco
A geografia do poema
É mesma do globo
Uma palavra é relevo
Conceitos imperialistas
Todos escrevem diferente
Sou brasileiro e estrangeiro
No sul se é pobre
O Norte é acima
Parágrafos são continentes
Os dicionários falam de política
O homem é população
Reconstruo a geografia dos mapas
Os homens em diversas cores
Palavras fronteiriças
Guerra de nervos
Pego a caneta e divido o território
O sofrimento está nos mapas
Passo a régua entre a pobreza e os ricos
Nas diversas Américas
O poema é em si um país
Teresina, 17/04/08
Eduardo Borges
Cartografia dos medunas
Pego a caneta e rabisco
A geografia do poema
É mesma do globo
Uma palavra é relevo
Conceitos imperialistas
Todos escrevem diferente
Sou brasileiro e estrangeiro
No sul se é pobre
O Norte é acima
Parágrafos são continentes
Os dicionários falam de política
O homem é população
Reconstruo a geografia dos mapas
Os homens em diversas cores
Palavras fronteiriças
Guerra de nervos
Pego a caneta e divido o território
O sofrimento está nos mapas
Passo a régua entre a pobreza e os ricos
Nas diversas Américas
O poema é em si um país
Teresina, 17/04/08
Eduardo Borges
Assinar:
Postagens (Atom)