Apresento-me como um observador. Um transformador de imagens, dores, memórias e de tudo que vê ou sente em palavras, "ditas ou malditas". A poesia é democrática. Porém, quem desafia o mundo com a caneta deve pôr-se à prova dos olhares.
Ser poeta é uma conquista que nasce do labor renitente. Procurei neste trabalho resumir 08 (oito) anos de produção do que digo ser poesia (1999-2007). É o resultado de uma seleção que contempla várias fases do que fui, em segundos, meses ou anos. Daí que posso explicar uma certa idiossincrasia no todo do livro,
um flutuar entre partes do meu mundo, criado em mim e que coloco a público. As outras contradições ou imperfeições devem ser remetidas à qualidade da própria obra. Espero profundamente dizer algo para o leitor. Que ao abrir este livro,
pousa no ar a estética da cidade quem a vê? Qual de nós terráqueos entre pedras e argamassas arames e ferros retorcidos... … qual de nós gente entre desiguais é capaz de entender a a divisão das ruas indivisas o monstro que nos separou em pessoas?
eduardo borges Teresina, 20.04.2011
BUEIRO ei-lo posto ao chão vácuo árduo discreta boca sem dentes fechada aberta às águas ponto obscuro traquéia ácida para onde seguem as pessoas e suas sombras (nossos pés nas noites perdidas?)