sábado, 28 de maio de 2011





Pelo carro -
na turbulenta
tarde -
misturo meu
sangue às ruas
reluzentes
do sol imposto
na umidade da pele
Sou eu parado em
movimento nos
quadrantes
pintados dos becos de pedra
Em estradas que
não levam e não
trazem – descaminhos -
há/sombras/sobre/tudo/se/é/que/algo/é/existente
Ando em velocidade.
Tanta pressa!
Pelo carro,
através do vidro,
mesclo-me ao asfalto,
separado de cada corpo
de cada alma e pedra e beco,
duvidando da possibilidade,
do provável, de mim mesmo,
dos sinais da cidade e
das ondulações abruptas.
- as águas da chuva morna
- o calor torpe e doentio
- meus pés que se alongam no escuro da noite,
para longe dos pensamentos.
Vida, morte, continuidade.


eduardo borges
teresina, 18.04.2011