quinta-feira, 2 de junho de 2011





Ouço o dia passar
entre os ruídos dos ferros.

As horas pesam, como o aço.
Dialogo com os minutos
- sou alheio ao vento, ao sol
que toma de assalto o corpo
numa revolução invisível.

Palavras são aço bruto!
Peças soltas das máquinas
que passeiam brincando de gente.

Nada significa, exatamente,
o que se diz – a linguagem é mentira!

Algo sempre faltará
no murmurejo das ruas.

Eduardo Borges
Sampa, 11.05.2011