sábado, 19 de abril de 2008

A solidão dos Livros



A falta de um mercado editorial de poesia consolidado no nosso país dificulta muito a avaliação qualitativa da produção existente. Na realidade, as publicações alternativas, em fanzines, revistas bancadas pelos próprios autores, e, hoje em dia, em Bolg’s e Sites (internet), acabam por não ter a força de constituir um caminho para a profissionalização. Tudo muito nivelado (muitas vezes por baixo) e sem critérios. Claro que todos os espaços devem ser fortificados como opção literária e até como “lugar” para apresentação de trabalhos e poetas. É o mínimo que se espera de uma sociedade plural. Até a ausência de crítica séria e mais ampla faz falta (aí teríamos de discutir o que é uma “crítica séria”, “quem está autorizado”, etc.).
De regra, para lançar um livro, as pessoas usam recursos próprios, ou entram em projetos do Estado, dentre outras formas. Mas como divulgar e distribuir uma obra produzida pelo próprio autor? A solidão do livro não lido.
Observamos escritores com pilhas de livro em casa, em prateleiras de livrarias, num processo desestimulante. Quem compra livros de poesia?
Coloquemos este assunto na pauta do dia.
Eduardo Borges