sábado, 19 de abril de 2008

A solidão dos Livros



A falta de um mercado editorial de poesia consolidado no nosso país dificulta muito a avaliação qualitativa da produção existente. Na realidade, as publicações alternativas, em fanzines, revistas bancadas pelos próprios autores, e, hoje em dia, em Bolg’s e Sites (internet), acabam por não ter a força de constituir um caminho para a profissionalização. Tudo muito nivelado (muitas vezes por baixo) e sem critérios. Claro que todos os espaços devem ser fortificados como opção literária e até como “lugar” para apresentação de trabalhos e poetas. É o mínimo que se espera de uma sociedade plural. Até a ausência de crítica séria e mais ampla faz falta (aí teríamos de discutir o que é uma “crítica séria”, “quem está autorizado”, etc.).
De regra, para lançar um livro, as pessoas usam recursos próprios, ou entram em projetos do Estado, dentre outras formas. Mas como divulgar e distribuir uma obra produzida pelo próprio autor? A solidão do livro não lido.
Observamos escritores com pilhas de livro em casa, em prateleiras de livrarias, num processo desestimulante. Quem compra livros de poesia?
Coloquemos este assunto na pauta do dia.
Eduardo Borges

domingo, 13 de abril de 2008

Teresina, meu sussurro abstrato
(Nosferato ou Gueto)

/Caiu um curisco na mata
Ao redor da cidade
Com seus semáforos
Trilhos e trilhas/
/Caiu um curisco
Na cidade morta
Pelo Nosferato/
/Um raio lento em preto e branco
Sob a ponte metálica/
/Um curisco cangaço/
/Vampiro em noite indigente
Nos quadrantes da Pompéia
Teresinense/

(Eduardo Borges)
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Tudo gira impune


A tarde segue lentamente
Como a aurora atrasada
De uma noite que se
Apressa em nascer.
Sigo eu, perdido no inconsciente,
Sem identidade ou memória.

Ao meu lado, tudo gira impune...

(Eduardo Borges )

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Narciso

Coloque-se: o
lugar é o outro;
o outro é
o oposto;
opressão e
espelho;
espera e desejo;
a raiva e
compulsão.

(Eduardo Borges)



quarta-feira, 2 de abril de 2008

Palavra do autor
SUSSURROS é para mim o início. Nasceu depois que rompi com os pudores de um neófito, após mais de uma década sobre o papel. Com ele não me sinto um poeta. Sei apenas que dei um passo rumo à exposição de minha vida, o que é a minha proposta. Acredito na democracia da arte e procuro vê-la em tudo, da minha forma. Olhar uma pessoa desenhar um poema é maravilhoso. Quem dera todos escrevessem poemas! Todavia, creio que para ser poeta não basta a auto-definição. Ë preciso muito mais, quase sempre uma vida toda. Um livro é pouco: pode ser um acaso. Uma obra é seu conjunto; um escritor, suas muitas obras. Espero um dia ter livros, muitos deles, que me habilitem a ser chamado de poeta. E espero que neste dia eu ainda não me sinta nada.
SUSSURROS é para mim o meu início.
Eduardo Borges (São Luís/Teresina)

terça-feira, 1 de abril de 2008

Lançamento do Livro na Ilha

O lançamento do livro SUSSURROS em São Luís contou com a presença de muitas pessoas do meio artístico e de apreciadores de atividades culturais. A livraria POEME-SE, situada no PROJETO REVIVER, concedeu ao evento um clima informal e rico de manifestações. Poemas declamados nas escadas e por vozes que percorriam o salão. Um agradecimento especial para ANA BORGES, JOSÉLIO ALVES, LUISA DI CONSULIN (minha sobrinha querida e braço direito), JONILSON BRUZACA, ZINA NICÁCIO, MARISA BORGES e RIBA (sem esquecer as dezenas de pessoas que deram as mãos na hora certa). Agradecimentos especiais às artistas ROMANA e KÁTIA DIAS. Confira abaixo algumas fotos da noite.