Declaração de Culpa
Declaro que não tenho amigos
Que sou anti-social
Que não gosto muito de pessoas
Declaro que me sinto pouco humano – sobrevivo
Confirmo minha crença nas drogas e guerrilhas
Na desordem para o regresso
Meu amor pelo abandono e pelo ócio
Minhas poucas virtudes e intolerâncias
Meu ódio, silêncio, o meu barril de palavras
Declaro-me pecador e culpado
Não reconheço autoridades nem Tribunais
Detesto os homens detestando-me sem fim
Biografia do Luto
Esforço-me
para ser
humano.
Luto visceralmente,
às quatro da manhã,
nesta ilha de ilhas,
em algum vagão de fornalha.
Esforço-me
para ser
humano.
Luto visceralmente,
às quatro da manhã,
nesta ilha de ilhas,
em algum vagão de fornalha.
Hemofílico
Meu sangue
Escorre monotonia
Ondas de calor
Asfalto de uma avenida
Perdida
Nós
O lençol.
O calor de
tuas pernas
neste frio
interior.
Tudo me
conforta.
Nosso quarto,
teu útero.
O lençol.
O calor de
tuas pernas
neste frio
interior.
Tudo me
conforta.
Nosso quarto,
teu útero.
O dia
Dorme a cidade em que nasci
e vou morrer, onde estiver, no calor das sombras,
no frio do sol que abate cabeças,
diminuindo o homem,
que anda e anda.
Há noite nas paredes sonolentas
que nos cercam no latifúndio escarlate do dia.
Mais...
Estes e outros poemas podem ser vistos nos sites poesia sim e blocos online, que reúnem ainda trabalhos de vários poetas nacionais.
Um comentário:
gostei...é sempre um prazer ler poesias, textos de qualidade..e mais gratificante saber que o texto é de um piauiense! Parabéns, sucesso com o livro!
Postar um comentário