quinta-feira, 25 de março de 2010






Não pertenço às tuas mãos
Nem mesmo ao teu esgoto
Tua saliva escura e ácida
Que há séculos desce para
Algum rio também antigo
Como tu, cidade suicida
Somos dois velhos emparedados
Sob os ventos do norte – o tempo
Não nos incomoda mais –
Esquecidos em nossa dependência
Um do outro, eu e a cidade velha,
Das velhas estórias libertárias e cruéis
Nossas faces negras de um sol distante


(Eduardo Borges - Barcelona)

2 comentários:

Impulsiva disse...

Você é sempre profundo e consistente...

Beijos,
Kenia.

eduardo borges disse...

Agradeço muito o comentário.